O Brasil da Esperança

Tenho escutado muito por aí: “o Brasil não tem jeito mesmo.” Como assim não tem jeito? Tem gente que ainda não percebeu que uma sociedade sem esperança é uma sociedade morta. Desperta, Brasil!

Olha, eu me recuso a acreditar que nosso país se resume a corrupção sistêmica, crise econômica e instabilidade política. Eu percebo o Brasil muito além das notícias sangrentas do Jornal Nacional. Meu coração não me permite acreditar, por mais que a mídia insista, que essa turbulência reflete a essência da nossa sociedade. A mim ela não engana.

Em meio ao caos, minha esperança se fortalece. Sou jovem, empreendedor, sonhador, e não só acredito em um novo Brasil, como vejo um novo Brasil. Todos os dias. Eu enxergo o Brasil dos inquietos, inconformados, disruptivos, inovadores, protagonistas, transformadores, revolucionários, humanitários. Eu enxergo o Brasil dos empreendedores sociais, que estão dedicando suas vidas para servir o país. Eu enxergo o Brasil dos voluntários, que dedicam seu tempo para contribuir com a vida de quem mais precisa. Eu enxergo o Brasil dos consumidores conscientes, que estão transformando seus hábitos de compra. Eu enxergo o Brasil dos empresários com propósito, que pensam muito além do lucro. Eu enxergo o Brasil dos novos políticos, que sonham verdadeiramente com um novo país. Eu enxergo o Brasil dos produtores orgânicos, que contribuem arduamente para o meio ambiente. Eu enxergo o Brasil dos ativistas, que lutam por suas causas com unhas e dentes. Eu enxergo o Brasil dos novos modelos educacionais que estão revolucionando a aprendizagem. Eu enxergo o Brasil dos novos hábitos alimentares. Eu enxergo o Brasil cada vez mais conectado com sua espiritualidade. Eu enxergo o Brasil da roda de samba, da hospitalidade, do carnaval e futebol. Eu enxergo o Brasil dos sorrisos, abraços e correntes do bem. Eu enxergo o Brasil do futuro. Agora.

Em contraste direto com as cenas desumanas dos canais televisivos, todos os dias eu vejo cenas reais de altruísmo, empatia e amor. Eu vejo o jovem ajudando a senhora a carregar as compras no mercado. Eu vejo o carro parando para a criança atravessar a rua. Eu vejo o executivo dando bom dia ao porteiro. Eu vejo a cordialidade do taxista abrindo a porta para a cliente entrar. Eu vejo a paixão do casal apreciando o pôr do sol na praia. Eu vejo os asilos e as creches cheias de doadores. Eu vejo a população em situação de rua sendo cuidada. Eu vejo gente brigando para ver quem vai adotar o cachorro primeiro.

Todos os dias eu tenho mil razões para acreditar, enquanto o jornal me dá meia dúzia para me dizer que não tem jeito. O noticiário bem que tenta, mas não me convence. Eu acredito. A televisão me mostra casos ininterruptos de corrupção, e eu vejo casos ininterruptos de transformação constante. O jornal de domingo me dá motivos para abaixar a cabeça. Mas minha lente me mostra um milhão de motivos para manter ela erguida e seguir acreditando.

E assim, todos os dias eu me reconecto com minha esperança, e relembro que este movimento de transformação é maior do que qualquer notícia devastadora. Vivemos em uma nova era. É por essa lente que eu enxergo o Brasil. A lente da esperança.

Ah, Brasil, chegou a hora de transformar tua indignação em poder de ação. Povo heroico, eu te pergunto: e se tua revolta fosse semente de uma transformação? Vejo a força da tua alma, que transcende cada reclamação. Sinto que chegou a hora de usufruir dos poderes dessa pátria amada, para revolucionar nossa nação. Resgata tua esperança, Brasil!

Há quem diga que é preciso enxergar o caos para poder vencê-lo. Eu enxergo o caos. Mas eu preciso dizer que a luz da esperança o ofusca. Iluminado ao sol do novo mundo. Um sonho intenso. Um raio vívido. Afinal, o Brasil tem jeito sim. E a transformação já está acontecendo. Bem na sua frente. Bem do seu lado. Mas, acredite, primeiro, você precisa percebê-la dentro de você.

E você, por qual lente você enxerga o Brasil? Faça sua escolha.

  • Artigo escrito por Kiko Kislansky, co-fundador da Euzaria