Com amor, uma tarde especial no Hospital Irmã Dulce

Uma palavra tão linda, já quase perdida, me fez despertar.
Contendo sete letrinhas, e, todas juntinhas, se lê: cativar.

Cativar é amar, é também carregar um pouquinho da dor que alguém tem que levar.

Com esse amor cantado foi que terminamos uma tarde de tom triste que pudemos tornar especial, lembrando que, apesar de todos os motivos que a dor tem para vir, sempre o amor é o sentimento maior.  Ainda nesta tarde triste que o ambiente hospitalar está propício a oferecer, muito mais amor sentimos, porque amor eu sinto muito. Nós sentimos!

Foi no dia 11, que escolhemos comemorar o dia dos pais na enfermaria masculina do CMSALP do Hospital Irmã Dulce, que um dos nossos pais e paciente dos mais ativos nas atividades teve uma piora no seu quadro clínico, entristecendo toda a equipe de pacientes e funcionários. Foi nesta mesma tarde que a Euzaria chegou (mais uma vez aqui) com um sorriso e um coração cheio de amor para nos lembrar que mesmo quando o dia é de dor, sempre há espaço para o amor.

Brincamos, sorrimos, fomos cativados. E aos pouquinhos a gente vai tendo cada vez mais certeza de que as camisas e os presentes são só os mediadores para a entrega do amor; que os olhos brilham mais em querer saber “quem é ‘Bia’ que escreveu esse bilhete pra mim?”, do que no próprio presente recebido; que as lágrimas caem dos olhos que não enxergam, porque alguém os encheu de amor e de sorrisos, numa tarde em que apenas o medo da perda os encheria a cabeça.

A gratidão nos salta os olhos, sim, porque somos todos um. E eu sigo em direção ao dia em que seremos todos tratados como um. E que tenha sempre representantes do amor, ao nosso redor, como tivemos neste dia, para que em dias de perdas e de dor, a gente lembre rápido que o amor é o que fica.

A noite, nós perdemos nosso querido seu Expedito. Mas Fica todo o amor!

  • Texto escrito por Laryssa Pitanga, psicóloga e agente Euzaria