Você já assistiu Black Mirror?

Criada por Charlie Brooker e lançada na TV britânica no final de 2011, não faz muito tempo que Black Mirror entrou para o catálogo da Netflix, já com sua terceira temporada disponível e a quarta confirmada, vem conquistando cada vez mais pessoas interessadas no roteiro crítico, inovador e perturbador da série, que diferente da maioria, muda de atores a cada episódio e tem uma história independente, o que significa que a gente não precisa assistir todos ou seguir uma ordem.

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Passeando por diferentes gêneros, como drama, suspense e ficção científica (ou realidade), a série cria cenários e contextos extremos para examinar a sociedade moderna; o comportamento humano individual e coletivo diante de uma era tecnológica que parece não ter limites, questionando valores, inquietações, atitudes, consequências e o sistema em que estamos inseridos, através desse acesso à diversas possibilidades oferecidas por “um futuro próximo” – uma fábula da realidade.

Já imaginou ter um chip implantado atrás da orelha e um controle para revisitar o seu passado, tornando-se refém dessa ilusão? E se sua vida se resumisse a pedalar uma bicicleta ergonômica para ganhar dinheiro e quase tudo que você tivesse acesso e pudesse comprar fosse virtual? Já imaginou se a vida de alguém dependesse da exposição da sua imagem a nível mundial, abusando da sua integridade física, mental e moral? E se através das suas publicações nas redes sociais fosse possível recriar sua mente para torná-la escrava das suas próprias comodidades?

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Essas são apenas algumas das circunstâncias que ajudam a construir episódios densos, que duram em média 40 minutos e no fim, deixa no ar conclusões subjetivas que vão de acordo com a sua interpretação, pensamentos e reflexões. É de ficar alguns minutos imóvel, na frente da tela para absorver tanta informação!

E por falar em tela e refletir, o nome da série – Black Mirror -, faz referência justamente às telas que estão ao nosso redor e na palma da nossa mão. A tecnologia como um todo representada por televisores, smartphones e computadores, que ao serem desligados refletem a nossa própria imagem em “espelhos negros”, nos colocando de cara com quem somos, por trás ou diante deles (?) A nossa imagem – e vida -, aprisionada em algumas polegadas. E aí, vai encarar?

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